sexta-feira, 30 de julho de 2010

Uma palavrinha pra você: Morte



Um fato incontestável: Você vai morrer

Só eu sei quando. Não me sinto bem quando as pessoas dizem que eu sou má, não sou. Tão pouco cruel. Há uma diferença entre ser má e ser cruel, mas não vou tocar nesse assunto. Sei que às vezes pareço injusta, mas tente compreender, tenho muito trabalho e às vezes tenho que apressar algo. Isso não algo que eu faço sempre, não é. Digo mais, sou muito profissional. Poucas pessoas escapam de mim, não conheço muitas. Às vezes elas resistem. Resistir é uma característica do ser humano, de alguns. Mas sei converter esse quadro.
-Esperança, baby? Que sentimento tolo!
E logo a pessoa concorda. Concorda mesmo sem querer concordar, ela concorda porque não agüenta mais e esperança só a faz sofrer, é sempre assim. Então eu debruço sobre seus corpos, tão agonizantes e com tantos medos, e levo sua alma para comigo. Escuto sempre um ultimo som, um grito ou um soluço de desesperança. Procuro sempre ver algo bom no que faço, pois é um trabalho árduo. Certa vez tive que levar uma criança, tão jovem e tão calma. Nunca me esquecerei dessa alminha. Sorria pra mim como se dissesse: Não tenho medo de você, pode me levar. E agarrou em meu pescoço com tanta força e confiança como se eu fosse o bem mais precioso de sua vida- ou morte. Coisas assim me amolecem. Sim, eu também tenho sentimentos, não são muitos, pois no ramo em que trabalho, isso só atrapalha. Espero que quando chegar a sua vez, eu possa te passar confiança também. Gostaria muito de entender melhor os humanos, pois devo admitir: vocês me assustam.

"Primeiro, as cores. Depois, os humanos. Em geral, é assim que vejo as coisas. Ou, pelo menos, é o que tento. As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes.
Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas.
No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los."

4 comentários:

  1. Olá Sarah, obrigada novamente pelo seu comentário no meu blog, fico muito feliz de saber que alguém lê, e me entende.
    Em relação ao seu post, confesso que tenho medo de morrer, aos poucos está passando, mas tenho receio de não saber para onde vou, de não saber como vou morrer, e sei lá, me dá um medinho. hahaha
    Enfim, é inevitável não é?
    Beijos

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  2. Oi lindaa!!!
    adorei o post!! sabe que tem uma frase que diz que nós só temos certeza de duas coisas na vida: a incerteza do futuro e a certeza da morte!

    enquanto a temida não chega, vamos curtir.. vamos VIVER!!! aproveitar bastante (com moderação) pq afinal so temos uma vida (pra quem acredita)!!!!!

    Bjoks da Júh!!!!!

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  3. Este livro é simplesmente lindo, chorei muito no final!!
    Estou te seguindo, ok?

    Beijinhos e parabens por seus textos, são otimos!

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