terça-feira, 11 de setembro de 2012

Cultura para o Brasil



Oi, pessoal!
Tem tempo que eu não venho aqui, né?!
Pois é, hoje decidi voltar e andando por ai, descobri um blog maravilhoso. É um projeto na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro com ideias muito legais. Não vou ficar falando muito, estou preparando um texto novinho pra vocês, mas vou deixar o link aqui pra vocês visitarem, ok?! Visitem também o projeto, quem tiver por perto... Eu com certeza vou, já agendei! \o/

http://bibliotecasemear.blogspot.com.br/

Beijinhos da Sarah! =*

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"Certeza é para os que não amam"


Certeza? O que você chama de certeza? Tinha certeza que a felicidade existia, acho que esbarrei com ela nas esquinas da vida uma ou duas vezes, no máximo. Mas foi tão depressa, assim como tudo, foi tão efêmero que não tive tempo de eternizá-la. Por isso não me lembro de seu rosto, seu gosto, seu cheiro, nem mesmo de sua essência. Não me lembro de nada. A primeira vez foi quando vi o céu tão lindo e soube que ele era meu, só naquele segundo, ele era meu. Tinham umas vozes, outra presença, coisas bonitas sendo ditas, um pouco de álcool também, era uma grande festa, mas aquele céu dava um sentido maior a tudo, era, talvez, um começo de uma história escrita ali pelas estrelas, era a minha imagem, naquele momento, só naquele momento eu fui alguém, eu era uma pessoa. Agora já não sei mais o que sou...
Da segunda, não tem nem muito tempo, mas acontecem coisas e essas coisas empurram a lembrança Dela água a baixo. Queria ter eternizado Ela só um pouquinho, ainda que fosse pra tomar uma gota no café da manhã dos dias mais sombrios, não o fiz, arrependo-me. Mas nesse dia, Ela estava fantasiada e olha que nem carnaval era, ela veio, olhou pra mim, sorriu, falou comigo, tudo na forma de mulher, eu senti algo diferente, inexplicável, indescritível, inimaginável. Todos os sentimentos ausentes em mim, vieram a tona, chorei por toda a noite, de alegria, por ela ter feito eu sentir o que já não sentia a um tempo. Andava confusa, perdi-me em algum lugar, achei um poço e observei, acho que observei muito de perto, porque com um simples empurrão cai, e nesse dia, ela, só ela, arrancou-me de lá, com um só toque, como mágica.
Ainda assim, se não A eternizei, se não me lembro de Seu toque, Seu som, Seu carisma, como sei que aquilo era, de fato, felicidade? Como vou saber que não eram apenas, meus neurônios enganando-me outra vez? Deixei de acreditar, deixei de ter aquilo de que as pessoas falam, como se realmente soubessem seu significado, como se não precisassem desvendar nenhum mistério, é aquilo e nada mais. Certeza? Deixei de ter.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Because none of it was ever worth the risk



Jamais brinque comigo desse teu modo inseguro, guarde tuas palavras vazias para outro alguém Não me convide para ouvir uma canção sem letra, não me faça promessas que não poderás cumprir, deixe disso. Saia daqui! Você deveria saber, que não se pode fazer o que você fez. Não, não pode. Deverias saber que a vida não é essa roda gigante insana e utópica que criaste como teu mundo. A realidade é diferente, se quiser, convido-te a ela, não acho que gostarás de tua cara tão fria, tão crua, tão cheia de tudo que o que não estás acostumada. Não me importo, estou aqui agora, do mesmo modo de quando você não quis mais. Respirando, recuperando-me, vivendo, revivendo, re-vivendo! De um jeito diferente agora, de um jeito real, dessa vez é pra valer. Não quero você no meu jogo, dessa vez. Essa é a parte que eu digo-lhe Adeus. Adeus!

Desculpe, sou 8 ou 80. Não brinco pra entregar o jogo, não desisto, não paro na metade. Ou é isso, ou aquilo. Devolva meu coração, deixe-o em cima da mesa e bata a porta, quando sair. Não quero mais jogar. Desculpe, não valeu a pena, não, não valeu!

domingo, 21 de agosto de 2011

Amanhã



Tudo pode acabar amanhã, então diga.
Diga aquilo que precisa dizer.
Tudo pode acabar amanhã, então beba.
Beba a essência daquilo que lhe dá prazer.
Tudo pode acabar amanhã, então cante.
Cante todas as musicas que marcaram momentos, cante mesmo sem saber.
Tudo pode acabar amanhã, então brinque.
Sem se importar com a idade, brinque, volte a infância e brinque intensamente.
Tudo pode acabar amanhã, então sonhe.
Sonhe os sonhos mais loucos, mais alegres, possiveis ou não, sonhe.
Tudo pode acabar amanhã, então viva.
Viva sem saber porquê, viva sem perguntas, viva sorrindo, viva amando, independente de como, viva!

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Dedicado a Nathália Ferreira! =)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Amor





-Sinto-me tão bem quando estou com você
-Não mais do que eu!
- ...
-Jura que não me deixa?
-Eu juro!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Mudar



" Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem
despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !

Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!
"


Clarice Lispector

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Uma só palavra: Prazer



E eu andava meio assim mesmo. Como se o mundo estivesse ali e eu precisasse dele. Não como cura para minha loucura, mas como água para minha sede. Sede de desejo, digo. Passei a tarde pensando nessa coisa de beber o mundo, mas não sabia como se fazia isso. Não sabia como se bebia o mundo. Então só fiquei lá, sentada, esperando-o ansiosamente. Ele até que veio rápido. Deu-me um beijo e disse que eu estava linda. Sabia que não estava, era apenas instinto. Instinto masculino que fareja a fêmea e quer dominá-la achando que ela está linda, mas não está. E eu, quase morta na minha sede, continuei estirada no sofá de couro preto, que compramos no verão passado. O couro me domina, sabe? Ele desperta algo em você, pelo menos, em mim funciona. Ele largou a mala no corredor e voltou. Se jogou em cima de mim e pôs a me beijar alucinadamente. Sabe quando o seu coração bate tão forte que dói dentro do peito? Batia assim, mas a dor era boa. Alias, todas as dores daquele momento foram boas. Ele disse estar com fome, disse isso sussurrando e gemendo em meus ouvidos, então eu disse: Devora-me! Não é algo obsceno, não foi. O que queria que eu tivesse dito? Eu estava ali com sede de mundo e ele vem se entregando assim? Seria pecado não mandar. O cheiro era bom e dava a ele mais fome e mais vontade de me devorar. O barulho também, gritos abafados, o barulho de corpos no couro. Já disse que o couro me domina? Num minuto ele já tinha me absorvido, éramos apenas uma mistura de cheiro, barulho e vontade. Sempre foi de me tirar o ar, mas ontem? Ontem ele não me tirou o ar, ele simplesmente arrancou-me com todas as forças. Forças de animal selvagem. Com os dentes, com as garras. Farejou-me, devorou-me, levou-me a um lugar onde eu nunca tinha ido. Um lugar inexplicável, um lugar que ninguém que não tenha sede de mundo e seja devorada vai conhecer. Era fogo e água. Preto e branco, frio e quente. Era o pecado. Era eu, ali, gemendo por ele, para ele, nele. Perfeito? O que você chama de perfeição? Eu diria que foi a água que você toma quando está no deserto, que você engole em segundos e sente um prazer indescritível. Eu diria que... é, eu não diria nada. Porque, como eu disse, é inexplicável.