quarta-feira, 15 de junho de 2011

"De cada amor tu herdarás só um cinismo.." ♫



É como se fossem arrancando pedacinho por pedacinho de seu coração. A dor era tão insuportável, que a morte passara a ser, de tal modo, a mais desejada de todas as coisas. Em pouco tempo estaria tão destroçada que seu mundo jamais seria o mesmo. Estaria ela tão cética de tudo, em breve, que o amor seria só uma palavra, nada mais do que isso. Nada mais, nada menos. Minto, talvez menos. Porque menos ele poderia ser, passaria ele, de algo bom e desejado para algo frio e indiferente. Indiferente sim, não poderia ser algo ruim, porque ruim ainda é sentimento. Indiferente é ausência de sentimento, é pior do que raiva, é pior do que mágoa, é só indiferente.
Sim, em pouco tempo não seria mais o que era. O céu não teria mais seus tons variados de azuis, seria apenas azul, e as vezes cinza. Um cinza meio tortura. Tortura, morte não. Se fosse morte seria bom, ou menos pior, seria mais um tom de amarelo, meio salvação, meio alivio...
Nem a lua seria mais a mesma, e isso seria a pior das coisas, pois a lua sempre fora algo a mais, quase um alguém, quase um tudo. E agora seu tudo estaria cheio de mágoas, seu tudo apenas viraria um abismo cheio de nada, sem fim, onde ela iria cair eternamente e a única esperança que lhe restaria seria a do fim, do barulho do corpo batendo contra uma pedra ou umas dessas coisas que se tem em fim de abismo. Só...
É, de fato, tudo estava para mudar e, por enquanto, ela só sentia como se fossem arrancando pedacinho por pedacinho de seu coração...

Um comentário:

  1. Oi Sarah,
    também andei sumida, mais aos poucos estou tentando pelo menos escrever no blog.
    O seu blog também é um dos meus preferidos, principalmente porque seus textos dão voltas e nos fazem voltar para o início, ou seja, é uma estória cíclica, com sentimentos que vão e voltam.

    Adoro textos desse tipo, continue assim.

    Beijos :*

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